A natureza pode nos oferecer inúmeras soluções para o desenvolvimento de produtos mais sustentáveis e, quando unidos à biotecnologia eles geram a possibilidade de uma produção em maior escala e com menor impacto ao meio ambiente.
A startup californiana Bolt Threads foi criada em 2009 através da união de conhecimentos e ideias entre um bioquímico, um biofísico e um bioengenheiro, movidos pelo desejo de transformar o mundo através da biotecnologia. Para isso, eles começaram a desenvolver biomateriais mais eficientes e inspirados em soluções encontradas na natureza, excluindo o uso de produtos químicos poluentes e práticas não-sustentáveis.
Dentre os materiais desenvolvidos pela empresa estão alguns tipos de biomateriais que abaixo explicamos um pouco sobre cada um deles:
Microsilk:
Este primeiro biotecido é uma espécie de seda vegana desenvolvida em laboratório a partir da síntese proteica e fermentação de leveduras que produzem uma microseda com propriedades semelhantes às teias de aranha. Possui alta resistência à tração, elasticidade, durabilidade e maciez.
Sua produção gera menor impacto ambiental e tem potencial de biodegradação ao final de sua vida útil.
B-silk Protein:
O segundo biomaterial é uma proteína da seda, que é produzida e isolada de forma não hidrolisada que não compromete as propriedades regenerativas e a estrutura da proteína. A B-silk protein é produzida por meio de fermentação e tem a capacidade de se biodegradar.
A Bolt Threads lançou recentemente a Eighteen B, uma marca de cuidados para a pele que utiliza como componente a proteína b-silk que fornece uma camada de proteção e auxilia na retenção de umidade da pele.
Mylo:
Por último, temos o biotecido Mylo, que é uma alternativa para o couro. Ele é biofabricado a partir de ingredientes predominantemente renováveis, composto principalmente pelo micélio (parte vegetativa de um fungo formado por um sistema de filamentos emaranhados, as hifas) de fungos como os cogumelos, que formam uma cadeia tridimensional resistente, macia, flexível e também sustentável. Suas aplicações podem ser utilizadas em roupas, fabricação de cintos e sapatos.
Algumas marcas como a Adidas, Stella McCartney, Lululemon e a Kering têm investido neste material como um substituto ao couro animal.
Referências:
Sou apaixonada por descobrir coisas novas e pela área criativa, a arte e a moda, que sempre foram minhas vocações. Atualmente sou estudante de Design de Moda na UFG e, no meio desse processo decidi me aventurar no universo do biodesign e da sustentabilidade. Nos momentos off-line gosto de curtir uma boa música enquanto crio alguma arte fofinha em aquarela.